quinta-feira, 1 de abril de 2010

Valentine´s Day - Idas e Vindas do Amor


Vai ver que eu assisto a comédias românticas por algum mórbido prazer em me sentir triste e miseravelmente sozinha. Só pode ser.

Veja bem, Valentine's Day não é das grandes comédias românticas, mas é mote suficiente. Das poucas risadas e, ainda menos, lágrimas que arrancou de mim, nenhuma das duas foi por me tocar a alma, nem (não mesmo) por conhecimento de causa. Mas, nem por isso, deixei de experimentar a sensação de sempre estar sozinha, de nunca ser a minha vez de amar correpondidativamente.
Ok, ok, eu sei. Aquela coisa do tempo, do parar de procurar, de olhar do lado, do de repente acontece.

Não, parece que comigo simplesmente não acontece. Parece que só o amor platônico me é permitido, só o sexo casual me é ofertado.

Chover no molhado, eu sei, mas o que eu não daria, que fosse uma única vez, pela oportunidade de me ser dada a permissão para ser fraca, fragil, quizá mimada por alguns minutos. Quem me dera afundar o rosto num peito porto seguro e chorar por algo sério ou banal, não importa. Só pela sensação de se sentir amparada, querida. Um único gesto carregado da sensação de se sentir amada, cuidada, querida, desejada.

É, como eu disse, eu assisto comédias românticas para alimentar as insanas minhocas da minha cabeça. Para fazê-las acreditar que sim, um dia será a nossa vez. Pouco importa que tenhamos perdido todos os anos teen sem passeios pelo pátio da escola ou beijos calientes em praças desertas e ensolaradas. Como também não importa que os 20 anos se vão sem tardes no parque, acaloradas discussões filosoficas, apaixonadas bebedeiras, brigas homéricas e as respectivas e esperadas reconciliações. Não, pouca importa. Azar do passado por ter perdido o tempo que passou. Há ainda mais uma fase pela frente, uma muita melhor, temos de acreditar.

Que então eu tenha a sabedoria de não querer trazer o tempo que não volta. E a sorte, a grande sorte de merecer o amor.
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