domingo, 13 de dezembro de 2009

Coisas que se escreve por aí...

Às vezes sou acometida de uma vontade quase incontrolável de escrever. São coisas que sinto e se me aparecem em forma de frases piscantes em neon laranja dentro do cérebro. Dos felizes acasos da vida, ganhei um celular com teclado que se transforma em QWERTY e me deixa escrever a qualquer hora, de qualquer lugar. Ou quase, já que quem não tem dinheiro tem medo, e se me levam o pequeno Jet, nunca mais consigo comprar outro.

O caso é que agora, quando saio do cinema, do teatro ou volto de bons momentos entre amigos, os 15 minutos de metrô transformam-se em quase ou mais de 15 linhas frescas sobre o que sinto, ou penso, no momento. E já que ninguém vai mesmo lê-las, que não as leiam aqui:


A Descoberta

Entao, a gente pode fazer como se,fosse escrever um e-mail e escrever um texto pra gente mesmo e guardar. Texto, alias que pode vir a ser, de, fato, um e-mail, ainda que pra gente mesmo. Como se no fim a coisa, fosse o que é, independente de pra quê for.


Lua Nova - 24.11.09 00:00

Eu sinto falta de amar e percebo como a gente subestima a solidão. Se amar dói, a dor é quente, pungente, nos ocupa por inteiro. A dor se torna tudo, não parte. Colore tudo de preto, verde e cinza. Dói tanto que se quer mais dor, a alegria alheia repuguina. Mas o amor só em parte, ou só fim é dor. E se eu digo fim é porque não amo há tanto tempo que não sinto mais a eternidade dele. Eu penso que não morre nunca, mas sinto que muda. Que, de repente, de repente até demais, não se ama mais. Num único momento, tão preciso e memorável quanto o da descoberta do amor, se constata que não se ama mais. E então o sol que acendeu naquele dia se esconde, as cores perdem o brilho e a música pára de tocar. É o fim. Resta ainda algo de hábito e um pequeno interruptor. Mas a grande ópera chegou ao fim.

Cabe dizer que não foi aí minha grande dor. Isso foi a morte. O que me doeu foi morrer, a grande doença, o saber da morte. Claro, isso pra mim. Imagino que quando o amor morre de repntr deve ser uma dor do caralho. Como toda dor de amor.

Já a solidão, é diferente. Dói, mas é uma dor do cacete. Dói de forma cruel. Dói lento e sempre. Não te aquece, não te congela. Mas te deixa com um calor que enfraquece e com um frio que incomoda.



13.12.2009 00:51 Esclarecendo coisas

Uma coisa, pelo menos, deve ficar clara: o passado foi muito bom, mas não é tudo o que existe. Dormi pouco. Bebi muito, transei muito, aprendi muito, li muito, falei muito, ouvi muito. Amei pra caralho. Amei demais. Vivi. Foi ótimo e é passado.

Hoje as lembranças são boas, mas contar e ouvir as mesmas historias é desbotar o desgastado. Não tem o mesmo som, nem a mesma cor. Até lembrar não é mais a mesma coisa. O amor só mudou de cor, como diz a música, agora tá desbotado.

Se isso posto não o suficiente, vamos esclarecer certos pontos. Primeiro, eu não sou perfeita. Segundo, eu não sou idiota. Nunca fui nenhum dos dois, dificilmente serei. Terceiro, eu mudei, principalmente porque amadureci. Porque amar me fez crescer.

Há mais ainda o que acrescentar. Os meses, quase anos, em que passamos nos "amando" por todos os cantos da cidade, eu amava sincera, profunda e loucamente outra pessoa. Você foi a tentativa risível e infrutífera do meu corpo tentar esquecer o que não podia ter.

Sim, a quimica era boa. O menor canto de pele, o botão que só voce sabia apertar para ligar o circuito todo. Sim, eu gostava de você. Mas não desse jeito. Não como se fôssemos ou viéssemos a ser namorados, um casal.

E não, eu nunca te amei.

3 comentários:

  1. O bom de certas descobertas estarrecedoras da vida é a gente saber o que está dizendo e o que quer dizer quando diz, ainda que à pessoa mais interessada não importe nem o fato de que a gente pensa, por isso diz. Então, dá aquela sensação sublime de que essas pessoas ficaram para trás, quando a gente ia evoluindo gradativamente. E aí, minha cara, é só separar o joio do trigo.

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  2. Oi Trinity!
    valeu pelo comentário no cabeça tédio, não conhecia o seu blog, vou dar uma olhada com calma nas suas postagens depois.
    Abraço

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  3. "resta ainda algo de hábito"

    gostei dessa parte, faz sentido. vou ler o resto.

    abços.

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