domingo, 15 de agosto de 2010

Dia dos Pais

Sim, leitores e amigos, desesperem-se, voltei a tomar chá com a Meredith e a me chamar, quando a sós comigo mesma, de Yang. Grey´s Anatomy is back!!! E para mostrar que não é so o Seatle Grace que me faz chorona e melancólica, segue um texto que escrevi no metrô no Dia dos Pais...


Não, eu não sou de câncer. Mas sim, hoje a familia é para mim a coisa mais preciosa, delicada e importante. Sim, ainda que eu nunca admita, mais importante que tudo. Por nada eu trocaria a tarde que tive hoje, dinheiro nenhum. Talvez pels amigos, mas aí seria seis por meia duzia.

Nunca fui - ou me permiti ser - uma pessoa emotiva. Há algo de suspeito e perigoso nas pessoas declaradamente emotivas. Isso sem falar que a euforia e a ansiedade já fazem de mim um desastroso perigo. Ainda assim, a cada natal, jogo da copa do mundo, dia dos pais ou qualquer outra desculpa para nos reunirmos e conversarmos por uma tarde inteira, volto para casa afogada em lágrimas. E a parte masoquista de mim que insiste em mostrar a fragilidade de todo esse equilibrio, as transforma em mar bravio, quase inavegável.

Não pesa sempre, ainda que muito, tudo o mais que me é escasso. Faz falta o grande amor, o melhor amigo, a profissão, o dinheiro, a religião, a filosofia. E se minto ao dizer que a familia substitui ou compensa, nao falta verdade em afirmar que aplaca, acalma, encoraja, torna possivel um amanhã com todas essas coisas presentes. Torna plausível a luta, torna possível o sonho.

E há mais, muito mais. E o que mais há é o que falta dizer, o que falta coragem para fazer. Falta articular as palavras, dizer o quanto eu amo cada um, o quanto eu me preocupo, o quanto eu queria poder fazer mais. Mas, pensando bem agora, talvez seja uma falta que não faz tanta falta assim. Porque este é o tipo de verdade que, se não se diz, também não resta dúvida que assim o é. Se eu calo, meus atos falam. E se não os entendem, também não há o que deles questionar.

Eu só peço que se permaneça assim, que das rachaduras na represa não brote nada além de samambaias...

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