sábado, 14 de agosto de 2010

Rumo nexo incerto desconexo



Eu sei que eu sou capaz. Não cabe aqui modéstia. Sei que posso ser muito boa em qualquer coisa que eu quiser ser e gostar de fazer. Sei que posso fazer textos incríveis, tenho potencial para a ciência e uma incrível atração para as artes. Todos os testes vocacionais que fiz, nenhum me apontou um caminho. As letras, os números, as tintas, tudo me encanta, tudo eu sorveria aos baldes e continuaria sedenta.

Tanta coisa e me bastaria escolher uma, dedicar-me e deixar a coisa ir. E esse é o ponto. Eu quero tanta coisa, tanta, que às vezes sufoca. E eu sou tão boa em fugir e me sabotar, mas tão boa que quase sempre irrita.

Confesso que ando meio perdida, com medo de coisas que eu nem sei o quê. E penso, penso, como eu gosto de pensar. E penso que a coisa que eu mais gosto de fazer na vida é aprender, como eu gosto de aprender. E como eu destesto estudar! Puta que o pariu! Tem coisa mais irritante do que ficar ali lendo uma coisa que vc já leu?

Pois é nessa pedra que meu burro tá empacado: para entrar nessa segunda piscina cheia de conhecimentos novos e infinitos, eu tenho que saber mergulhar e nadar muito bem na primeira, com seus conceitos mal lembrados e intermináveis listas de exercícios. E eu não quero mais dar braçadas ali por mais que eu queira chegar lá.

Então eu fujo. E essa fuga já me custou dez anos, oito meses e treze dias. Talvez seja a hora de parar e enfrentar esta pequena piscina de bolinhas.


PS: Esse post - inspirado no meu antigo blog que agora é só da Globo - era pra ser sobre as poesias que escrevi, como eu gosto de escrever e como é importante a gente conseguir fazer as coisas que a gente gosta e se propõe a fazer. Era pra ser um lindo post sobre continuidade, qualidade e comprometimento. Mas virou isso, algo sem rumo, sem nexo, incerto e desconexo. Virou algo tipo eu.

PS2: Eu tenho pavor de piscina de bolinhas.

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